Novo sistema inteligente para monitorização de pacientes remotamente

Por: Carolina Carvalho

O primeiro pacemaker sem fios que se dissolve inofensivamente no corpo quando já não é necessário foi desenvolvido por um grupo de cientistas da Universidade de Northwestern, em Illinois, EUA. Na atualidade, os pacemakers temporários necessitam de um fio conectado a um gerador externo que permite estimular o coração. No entanto, quando o coração adquire novamente a capacidade de se estimular a si próprio, este fio tem de ser retirado. Assim, este novo dispositivo médico permite evitar os procedimentos perigosos envolvidos na remoção do fio que se encontra conectado ao coração.

Figura 1 – Um scan micro-CT (microtomografia de raios-X) de um animal pequeno mostra como o pacemaker sem fios se dissolve ao longo do tempo.

Para complementar este pacemaker sem fios foi também desenvolvido uma rede coordenada de sensores sem fios, flexíveis e de fácil utilização e um conjunto de unidades de controlo, que consistem em pequenos adesivos colocados à volta do tronco. Estes sensores comunicam continuamente entre si para que seja possível monitorizar a variação das funções fisiológicas do corpo, como a temperatura, os níveis de oxigénio, a respiração, a atividade física, o tónus muscular e a atividade elétrica do coração.

Além disso, estes dispositivos têm a capacidade de analisar automaticamente estes dados usando um algoritmo, de forma a que consigam detetar ritmos cardíacos anormais e decidir quando e a que ritmo o coração deve bombear, de forma autónoma. A vantagem deste sistema é que toda a informação é depois transmitida para um telemóvel ou tablet, para que os médicos possam monitorizar os pacientes.

“O paciente usa basicamente um pequeno adesivo no seu peito e consegue obter feedback em tempo real para controlar o pacemaker. Não só o pacemaker é bioreabsorvível como é controlado por um adesivo que permite que o pacemaker responda às atividades quotidianas sem necessitar de implantar fios ou outros dispositivos”, diz Rishi Arora, professor de medicina na Faculdade de Medicina de Feinberg, em Chicago, e co-diretor do Centro de Investigação de Arritmia.

Este estudo, segundo os investigadores, permite que os pacientes recuperem no conforto das suas casas enquanto são monitorizados remotamente pelos médicos, possibilitando a redução dos custos dos cuidados de saúde e o aumento do espaço hospitalar para outros pacientes.

FONTES:

SciTechDaily | Smart Pacemaker Harmlessly Dissolves in the Body After It’s No Longer Needed